Existem Alimentos para aumentar produção de leite materno? A quantidade de leite materno produzida é uma questão que preocupa muitas vezes as novas mamãs. Na maior parte dos casos, o bebê está saudável, com um crescimento e desenvolvimento adequados, não existindo qualquer motivo para preocupação.
A amamentação é um processo natural que não só promove o vínculo entre mãe e filho(a), como também contribui para a redução de stress e do risco de desenvolvimento de patologias crónicas, como a diabetes e as doenças cardiovasculares.
O leite materno é, de facto, a fonte preferencial de alimento e energia para o bebê, motivo pelo qual a sua produção requer o gasto de uma elevada quantidade de energia a nível celular, de modo a disponibilizar os diversos nutrientes em concentrações adequadas. Assim sendo, é essencial que a mãe tenha uma dieta nutritiva e equilibrada para assegurar a produção diária de leite para o bebê.
Como funciona o leite materno?
O leite materno é constituído essencialmente por água (87%), hidratos de carbono (7%), gordura (3.8%), e proteínas (1.0%), nutrientes estes que vão assegurar as necessidades nutricionais do bebê durante os primeiros 6 meses. No entanto, a composição do leite vai sofrendo algumas variações consoante a idade da criança e a dieta adotada pela mãe.
Relativamente à produção, quanto maior for a quantidade de leite libertado na mamada, maior será o estímulo a nível da mama para que ocorra uma produção de maiores quantidades de leite. Por este motivo, quando há utilização concomitante de fórmula infantil e leite materno, há uma diminuição da produção: o bebê retira uma menor quantidade de leite materno, levando a que o organismo da mãe não receba a mensagem de que é necessário produzir em maiores quantidades. Surge então a necessidade de realização frequente de lactação (natural ou com recurso a extrator/bomba de leite) para assegurar as reservas.
Que alimentos aumentam a produção de leite?
Se, por um lado, à medida que o bebê cresce, as necessidades nutricionais vão aumentar, por outro, se a mãe não adota uma alimentação adequada, a sua própria saúde e a qualidade do leite que produz vão ser afetadas. Por este motivo, durante a gravidez e amamentação, surge a necessidade de uma maior ingestão calórica e de alimentos ricos em micro e macronutrientes específicos que assegurem uma produção de leite adequada. Alguns dos Alimentos para aumentar produção de leite materno que devem estar incluídos na sua alimentação:
- Frutas e legumes: quanto maior a variedade, maior a disponibilidade de nutrientes. Quer a fruta quer os legumes são ricos em vitaminas A, B e C, fibras e ácido fólico.
- Peixe gordo: peixes como o salmão e sardinhas asseguram os níveis de ómega-3, vitamina B12 e vitamina D.
- Carnes magras: carnes magras como peru e frango disponibilizam ferro e vitamina B12.
- Frutos secos e sementes: nozes, amêndoas, amendoins, avelãs, sementes de chia, linhaça e girassol são ricas em omega-3, magnésio e cálcio.
- Gorduras “boas”: alimentos ricos em ómega-3 e gorduras insaturadas, como abacate, azeite e ovos.
- Fibra: batatas, leguminosas (feijão, lentilhas, grão-de-bico) e aveia
É essencial relembrar ainda que a ingestão frequente de água é indispensável para assegurar a hidratação da mãe e a produção de leite. A quantidade de água a ingerir vai depender de fatores como a atividade física e a dieta. Também a libertação da hormona oxitocina durante a amamentação constitui um estímulo da sede no organismo da mãe. Uma forma de assegurar uma ingestão apropriada será não beber apenas quando se tiver sensação de sede, mas ir bebendo ao longo do dia.
Será necessário tomar algum suplemento?
Os suplementos poderão ser incluídos na dieta, não como alimentos para aumentar produção de leite materno nem como substitutos, mas como complemento a uma alimentação cuidada e equilibrada, já que vão contribuir amplamente para a reposição de vitaminas e minerais. Os suplementos adquirem um papel indispensável, particularmente no caso de mães vegan e vegetarianas, em que poderão existir alguns défices vitamínicos.
É necessário ter ainda algum cuidado no que toca à compra de suplementos, já que alguns que se encontram disponíveis no mercado poderão incluir na sua composição aditivos cuja toma não é segura ou recomendada durante a amamentação.
- Iodo (iodeto de potássio): a Direção Geral de Saúde recomenda a toma de 150-200 μg/dia a manter deste a pré-conceção, já que o leite materno, durante o aleitamento exclusivo, constitui a única fonte de iodo para o bebê.
- Vitamina B12: indispensável à produção de glóbulos vermelhos. Presente em ovos, carne e peixe, daí existir um maior risco de défice desta vitamina em mães vegan e vegetarianas.
- Vitamina D: essencial para um bom funcionamento do sistema imune e manutenção de boa densidade óssea. Pode ser encontrada em alimentos como peixes gordos, ou pode ser produzida pelo próprio organismo por exposição à luz solar. Está presente em pequenas quantidades no leite materno, daí surgir uma maior necessidade suplementação extra.
- Ómega-3: permite um bom desenvolvimento da visão e sistema nervoso, sendo fundamental para manter uma pele saudável.
- Multivitamínicos: poderão trazer algum benefício, no sentido de compensar défices gerais de vitaminas e minerais, bastante comuns durante a lactação, mesmo quando é adotada uma alimentação adequada, pelo elevado gasto energético e calórico requerido para a produção de leite.
Existem alimentos a evitar durante a amamentação?
Quase todos os alimentos são de ingestão segura durante o período de amamentação, exceto se existe alguma alergia alimentar prévia. Ainda assim, alguns condimentos ou bebidas poderão alterar o sabor do leite materno e, consequente, provocar alguma rejeição do leite por parte do bebê.
Tendo isto em consideração, alguns dos alimentos/bebidas a evitar pelo seu efeito nefasto na saúde materna e infantil incluem:
- Cafeína: o organismo do bebê tem maior dificuldade no metabolismo da cafeína do que o do adulto, podendo por isso alterar os ciclos de sono do bebê.
- Álcool: em caso de ingestão de álcool, a sua concentração no leite materno vai ser igual à concentração no sangue da mãe. À semelhança da cafeína, também o metabolismo do álcool pelo bebê vai ser mais lento, provocando não só agitação e distúrbio do sono, como podendo ter também um forte impacto negativo no desenvolvimento e crescimento do bebê.
- Leite de vaca: o leite de vaca deverá ser evitado, já que existe uma percentagem significativa de recém nascidos com alergia às proteínas do leite de vaca, causando-lhes eczema, diarreia vómitos e cólicas.
- Comida processada: a ingestão ocasional de uma sobremesa ou da comida favorita é perfeitamente saudável. No entanto, a comida processada, refrigerantes e outros alimentos ricos em açúcar deverão ser evitados e nunca substituir os grupos de alimentos naturais como base da alimentação.
E se mesmo assim estiver a produzir pouco leite?
Se a mãe produz uma quantidade de leite reduzida apesar de alimentação e suplementação apropriadas, será necessário recorrer a ajuda médica especializada. Existem diversas causas que podem estar na origem de uma baixa produção de leite, tais como amamentação ineficaz (dificuldades no processo em si) e patologia. Algumas doenças relacionadas com a diminuição da quantidade de leite são:
- Cirurgia prévia da mama
- Trauma da mama
- Mastite
- Hipoplasia mamária (insuficiente tecido glandular mamário insuficiente para a produção)
- Perda de sangue por hemorragia (durante e após o parto)
- Síndrome do Ovário Policístico
- Doença tiroideia (hipo e hipertiroidismo) ou outras doenças hormonais
- Diabetes mellitus
O importante a reter é que a maior parte das mães, com apoio e vigilância médica adequados, vai ser capaz de amamentar, mesmo que parcialmente e não em aleitamento exclusivo, existindo várias fórmulas infantis adaptadas que irão assegurar qualquer lacuna ou défice nutricional no bebê.