A mastite puerperal pode ocorrer em qualquer altura durante o período de aleitamento. Se é esse o seu caso não se preocupe em pois iremos ajudar na identificação das suas principais causas, sintomas, como a pode prevenir e técnicas aliviar e tratar.
O que é Mastite Puerperal?
Mastite é uma inflamação da mama, geralmente acompanhada por infeção e cuja evolução pode terminar em mastite crónica ou mastite aguda. A Mastite Puerperal é, precisamente, o tipo de mastite aguda mais comum e que se desenvolve, como o nome indica, durante o período de amamentação, afetando 10 a 20% das mulheres nos três primeiros meses de aleitamento.
A Mastite Puerperal, que também se pode chamar mastite da amamentação, é uma inflamação das glândulas mamárias que ocorre em mulheres em fase de aleitamento materno e que costuma afetar apenas um seio (a infeção bilateral ao mesmo tempo é rara).
A Mastite é dolorosa?
Sim, Mastite Puerperal causa dor, vermelhidão nos seios, calafrios, cansaço e febre alta.
Porquê?
Mastite puerperal resulta da estase láctea, distensão alveolar e obstrução ao fluxo do leite, ou seja, ingurgitamento mamário e mais tarde, proliferação bacteriana que, em casos muito graves, pode culminar em abscessos mamários e septicemia. Não havendo tratamento imediato, o quadro pode evoluir para mastite crónica!
Quais as principais causas da Mastite Puerperal?
A bactéria Staphylococcus aureus é o agente mais comum. As bactérias que estão na pele e boca do seu bebé entram por fissuras na pele dos mamilos ou abertura do ducto mamário (canal do leite) e aproveitam o leite materno (um ambiente propício) para se multiplicarem. No entanto, existem outras causas da Mastite Puerperal:
- Técnica de amamentação errada, que não permite esvaziar completamente o peito após as mamadas, retendo o leite, causando dor e infeção na mama.
- Ducto mamário bloqueado, que impede o leite de sair, deixando-o empedernido.
- Traumas nos seios também podem provocar Mastite Puerperal.
Fatores de risco da Mastite Puerperal
O principal fator de risco da Mastite Puerperal é a estase láctea, ou seja, a permanência de leite represado num dos ductos mamários que leva ao bloqueio parcial do ducto, provocando redução da drenagem e estagnação. Porém existem outros fatores de risco da Mastite Puerperal:
- Fissuras no mamilo que favorecem a invasão de bactérias.
- Episódio anterior de mastite.
- Produção excessiva de leite.
- Mamadas pouco frequentes que levam a um fraco esvaziamento do seio.
- Interrupção precoce do aleitamento materno.
- Uso de sutiã apertado ou outra forma de pressão sobre o peito.
- Técnica de amamentação inadequada.
- Stresse e fadiga.
- Má nutrição da mãe.
- Tabagismo.
Sintomas da Mastite Puerperal
Basta retirar o peito do sutiã para amamentar, para ver e sentir os principais sintomas da Mastite Puerperal:
- Desconforto e dor na mama.
- Inchaço do seio.
- Sensação de febre no peito durante a amamentação (a mama fica muito quente).
- Vermelhidão e endurecimento na área afetada.
- Sensação de cansaço.
- Calafrios e febre, geralmente acima de 38ºC.
Contudo, os sintomas da Mastite Puerperal não surgem todos ao mesmo tempo. Primeiro costuma acontecer o endurecimento de uma região da mama o qual indica a estase do leite. Depois, surge dor e vermelhidão local e por fim (se, entretanto, não tiver conseguido esvaziar a mama), a inflamação. E é nessa altura que surgem os piores sintomas da mastite: febre alta, calafrios e prostração.
Formas de aliviar os sintomas de Mastite Puerperal
Os sintomas de mastite podem ser aliviados e controlados com a toma de analgésicos comuns, como paracetamol, e anti-inflamatórios, como ibuprofeno, fármacos que não impedem a continuidade da amamentação.
No entanto, também pode recorrer a técnicas que facilitam a drenagem do leite para aliviar os sintomas de mastite.
Se a febre não ceder, deve procurar por ajuda médica porque pode tratar-se de uma mastite bacteriana que exige a toma de um antibiótico para assegurar a cura.
Como prevenir a Mastite Puerperal?
A Técnica de amamentação correta é a melhor forma de prevenir a Mastite Puerperal. Por isso, há que perceber como pegar no bebé para esvaziar corretamente cada mama e evitar lesões nos mamilos que podem favorecer a entrada de microrganismos. Também deve levar em linha de conta outros conselhos para prevenir a mastite:
- Mudar a posição de uma mamada para outra, para drenar bem o leite.
- Alternar as mamas: se o bebé mamou na esquerda, na próxima mamada ofereça a mama direita.
- Deixar o bebé esvaziar completamente uma mama antes de trocar para a outra durante a mamada.
- Verificar se a boquinha do bebé está bem posicionada no mamilo.
- Massajar ou aplicar compressas quentes no seio, em caso de leite empedernido.
- Garantir que o bebé consegue esvaziar a mama que apresenta sinais de mastite.
- Amamentar frequentemente e durante o tempo que seu bebé quiser e precisar.
- Fazer um desmame gradual, se estiver na altura, para deixar de produzir leite sem causar mastite.
Amamentação e mastite
É desconfortável e até doloroso amamentar com mastite, mas a amamentação ajuda a resolver o problema de forma célere, e a inflamação não é prejudicial para o bebé. Pelo contrário, o leite materno passa propriedades antibacterianas que o protegem de infeções. Caso sinta que tem muito leite e o bebé não quer mamar, use uma bomba e armazene o leite da forma correta. Assim vai conseguir proceder ao esvaziamento mamário e guardar o seu leite materno, tão importante para o crescimento e desenvolvimento do bebé.
Tratamento da Mastite Puerperal
Nos casos mais brandos de Mastite Puerperal, bastará esvaziar corretamente a mama, mas caso sinta que a situação se está a agravar procure o seu ginecologista ou o médico pediatra do seu filho para obter indicação e prescrição para o tratamento da mastite mais adequado.
Sempre que for possível, use algumas das técnicas referidas acima as quais ajudam na desobstrução dos ductos mamários, principalmente:
- Massagens e aplicação de calor com compressas mornas na mama.
- Aumento da ingestão de líquidos.
- Extração manual do leite na mama afetada.
E, repouso e descontração! Na maioria dos casos, o tratamento da mastite faz-se sem medicação! A mãe consegue controlar o problema e reverter a situação em poucos dias e sem deixar de dar de mamar!