Normalmente o bebê começa a andar cerca de 2 a 3 meses após aprenderem a colocar-se em pé. Entre os 6 e os 10 meses, a curiosidade começa a despertar e o bebê sente-se pronto para começar a mover-se e a explorar o mundo que o rodeia
Quando começa o bebê a engatinhar?
O processo de engatinhar é, na verdade, uma fase complexa do desenvolvimento do bebê que requer não só que já exista uma certa capacidade de coordenação de movimentos, como também o desenvolvimento de força muscular suficiente para que o bebê seja capaz de suportar o seu peso.
Cada criança é única e tem um ritmo próprio de aprendizagem: em alguns dos casos o bebê começa a andar e nem passa pela fase de engatinhar, outras desenvolvem mais rapidamente outras capacidades como a fala, e outras ainda começam imediatamente a caminhar sem nunca passar pela fase de engatinhar.
O importante a reter é que, no que toca ao “quando o bebê começa a andar”, não existe um timing ou forma de aprendizagem certos ou errados. O essencial é colocar sempre a segurança e conforto do bebê em primeiro lugar, respeitando o seu ritmo e prestando-lhe cuidados e apoio máximos nesta sua nova fase.
Como saber se o bebê está pronto?
Existe ainda um conjunto de sinais a que os pais devem prestar atenção, e que sugerem que os músculos necessários ao equilíbrio e coordenação estão com desenvolvimento adequado e o bebê está prestes a iniciar a engatinhar:
- Senta sem apoio
- Tem preferência por brincar no chão
- Interesse em objetos/brinquedos fora do alcance
- Coloca-se em posição “de quatro”/”de gatas”
- Quando deitado de barriga para baixo, utiliza os braços para se puxar para cima
- Balança para a frente e para trás, tentando impulsionar-se
Após o engatinhar, a próxima fase é ser capaz de se colocar em pé e “logo-logo” o bebê começa a andar. Para caminhar, é necessário desenvolver força e coordenação adequadas para manter uma postura ereta e ser capaz de suportar o seu próprio peso e num só pé, pelo menos momentaneamente. O bebê está então mais próximo de caminhar quando:
- Com ajuda do cuidador/cadeira/móvel consegue elevar-se e ficar de pé: primeiro de pernas estendidas, depois confortavelmente com os joelhos ligeiramente fletidos.
- Anda com apoio: já consegue suportar o seu peso e/ou deslocar-se agarrado a mobília ou dando as mãos ao cuidador.
- Consegue permanecer de pé, pelo menos momentaneamente.
Existem diferentes formas de engatinhar?
São conhecidas diferentes formas de engatinhar, todas elas normais e únicas. De facto, alguns estudos demonstraram que, na Noruega, 7% das crianças utilizava o “arrastar” como forma de se movimentar (Storvold et al 2013), sendo que o mesmo se verificou em 9% dos bebês no Reino Unido. Independentemente do modo como a criança gatinha, o importante é que se esteja a mover, de modo a fortalecer a estabilidade e força muscular necessárias para, mais tarde, andar. Alguns dos estilos de engatinhar mais comuns incluem:
- Clássico: o mais comum, em posição de quatro, o bebê move um braço e a perna do lado oposto simultaneamente.
- “Urso”: o bebê gatinha apoiando-se nas mãos e nos pés, mantendo os cotovelos e joelhos em extensão.
- Rastejar: deitado, utiliza os braços para puxar o resto do corpo.
- Arrastar: sentado, usa os braços para se puxar, arrastando o “rabinho” pelo chão.
- “Caranguejo”: gatinha de lado ou para trás.
- Rolar: move-se rebolando pelo chão.
Como incentivar o bebê?
Deve ser sempre proporcionada ao bebê liberdade para aprender ao seu próprio ritmo; porém existem alguns passos a tomar que poderão encorajar o bebê nesta fase.
Deitar o bebê de barriga com frequência, irá ajudar a fortalecer os músculos necessários para engatinhar. Os pais poderão ainda simular o engatinhar, já que o bebê terá sempre tendência para imitar o comportamento dos adultos. Do mesmo modo, pode ser colocada uma mão na planta dos pés do pé, permitindo-lhe que se impulsione para a frente. A colocação de um espelho ou brinquedo em frente ao bebê poderá incentivá-lo a deslocar-se.
É importante relembrar que é necessária paciência para com o bebê, sendo que nenhuma destas medidas deverá ser forçada. É essencial que o bebê estabeleça associações positivas com estes períodos para a prática do engatinhar e os encare como momentos de brincadeira e felicidade. Do mesmo modo, é muito importante que, depois de cada exercício, os pais “recompensem” o bebê, dispondo de toda a sua atenção e carinho.
Como assegurar a segurança do bebê?
Nesta nova fase, o bebê deve andar livre para explorar, sempre sob supervisão atenta dos pais, tendo em conta que até os objetos mais comuns do quotidiano constituem perigos para o bebê. Nesta fase, o bebê não sabe o que pode ou não tocar e vai começar a utilizar os móveis e cadeiras para se apoiar e tentar agarrar todos os objetos ao seu alcance. Surge então a necessidade de proceder a algumas adaptações da casa, de modo a proporcionar um ambiente livre e seguro de ser explorado pelo bebê, essencial ao seu desenvolvimento e crescimento.
- Não ter fios expostos, especialmente elétricos.
- Tapar as tomadas.
- Não ter objetos espalhados pelo chão, principalmente pequenos, que o bebe possa engolir (perigo de asfixia, tropeçar, cair).
- Uso de roupas adequadas e sapatos confortáveis, que não restrinjam os movimentos do bebê.
- Não deixar lençóis ou cobertores no chão.
- Barreias de segurança infantil em todas as escadas de casa.
- Fecho de segurança no tampo da sanita.
- Colocar proteções em todos os cantos de mesa
- Plantas ter em atenção a presença de plantas, utensílios domésticos e produtos de limpeza possivelmente tóxicos
Quando o bebê começa a andar?
A maior parte dos bebês começa a andar cerca de 2 a 3 meses após aprenderem a colocar-se em pé. Mesmo considerando a variabilidade na rapidez de aprendizagem de cada bebê, existem alguns sinais ou marcos do desenvolvimento mais associados a certas idades específicas e que podem ser utilizados como apoio ou guia pelos pais:
- 3 meses: é capaz de controlar o pescoço e segurar a cabeça
- 6 meses: quando deitado de barriga para baixo, vira para cima e vice-versa. Precisa de ajuda para sentar, mas é capaz de permanecer sentado. Começa a balançar para a frente e para trás, em preparação para começar a engatinhar.
- 9 meses: senta-se sozinho e consegue manter-se de pé com apoio (móveis, cadeiras). Já é capaz do engatinhar clássico ou outra qualquer tentativa de se movimentar.
- 12 meses: põe-se de pé e começa a querer dar os primeiros passos.
- 18 meses: anda com conforto e confiança; agacha-se.
E se o bebê não engatinha/caminha?
Quando se fala nos primeiros 6 a 18 meses de vida como intervalo de tempo durante o qual o bebê começa a engatinhar e andar, é importante referir que este marco não tem de ser obrigatoriamente alcançado durante este período. Na maior parte das vezes em que há um atraso, não existe qualquer problema ou patologia subjacente; os bebês, tal como os adultos, têm preferência e interesses, o que poderá levar a que desenvolvam umas capacidades mais rapidamente do que outras. Por exemplo, alguns bebês poderão despertar maior curiosidade para a exploração pelo toque do que pelo movimento.
Para além das questões relativas ao ritmo de aprendizagem, o processo de engatinhar e caminhar está ainda dependente de muitos fatores. A prematuridade, o tamanho e o peso são algumas variáveis que poderão atrasar o seu início.
Tendo tudo isto em consideração, e independentemente da idade do bebê, é necessário prestar especial atenção logo a partir dos 6 meses à presença de alguns sinais que possam alertar para algum desvio do desenvolvimento fora do “normal” ou presença de problema físico que poderá prejudicar a aprendizagem:
- Não ser capaz de executar algum dos três movimentos básicos da mobilidade (rolar, balançar, arrastar).
- Utiliza apenas um dos lados do corpo para se mover
- Não há qualquer progressão na realização de movimentos
- +12 meses e ainda não começou a engatinhar
A presença de qualquer um destes sinais deve alertar imediatamente os pais, e requer consulta pelo médico de família ou pediatra.
Do mesmo modo, e mesmo se a fase de engatinhar decorreu sem percalços, a criança poderá atrasar a fase de caminhar. Se tiver mais de 18 meses ou existir suspeita de problema físico que esteja a dificultar este começo, os pais devem recorrer a consulta médica.