A descoberta do sexo do bebê é um dos momentos mais antecipados pelos novos pais, normalmente consegue-se saber no 2º trimestre entre as 18-24 semanas. No entanto, alguns pais que preferem prolongar o entusiasmo druante toda a gravidez e optam por esperar pelo momento surpresa aquando do parto.
Existe ainda um conjunto de crenças populares, passadas de geração em geração, que dizem ser possível prever o sexo em casa, através da presença de certos sinais, como os desejos na gravidez ou forma da barriga.
Na verdade, a única forma de determinar o sexo da criança é em consulta médica através de exames específicos bastante precisos. Cada um destes testes é aplicado consoante a idade gestacional e alguns têm outros objetivos diagnósticos e a identificação do sexo surge apenas como benefício secundário.
Com quantos meses se pode saber o sexo do bebê?
É possível determinar o sexo do bebê em várias fases da gravidez, dependo tipo de teste utilizado. Numa gravidez “normal”, vigiada, sem complicações, os pais descobrem o sexo do bebê durante a realização da ecografia do 2º trimestre entre as 18-24 semanas.
Em casos específicos, existem causas ou patologias que implicam a realização de exames adicionais com outros fins, mas com o benefício extra de determinação do sexo mais cedo do que o habitual. Por exemplo, a biópsia das vilosidades coriónicas e a amniocentese permitem saber o sexo logo às 10 e 16 semanas de gestação, respetivamente. Por sua vez, o teste pré-natal não invasivo permite descobrir às 11 semanas e, na fertilização in vitro, já se sabe antes mesmo de ocorrer implantação.
Embora todos tenham alta taxa de precisão, nenhum teste pré-natal é 100% exato, há que considerar a possibilidade de erro humano, a existência de alterações cromossómicas e incoerência do próprio teste, fatores estes que fazem com que haja sempre a possibilidade de uma surpresa ao nascimento.
Que testes existem?
- ECOGRAFIA: A ecografia é o teste de rotina, sem qualquer risco para a mãe ou criança, que permite vigiar o desenvolvimento e crescimento do bebê, e detetar alguma alteração fora do comum durante toda a gravidez. É realizada trimestralmente e consiste na aplicação de gel e do ecógrafo na barriga que, através de ondas sonoras (ultrassom), irá permitir produzir uma imagem do bebê. Na ecografia de 2º trimestre já é possível determinar com alguma segurança (97-99%) o sexo do bebê. Nunca é com 100% de precisão, pois a visibilidade e distinção dos genitais vai estar dependente de algumas variáveis como a posição fetal, obesidade materna, posição uterina ou história médica de realização de cirurgia abdominal prévia.
- TESTE PRÉ-NATAL NÃO INVASIVO: O teste pré-natal não invasivo consiste na análise do sangue da mãe, em busca de fragmentos de DNA do bebê libertados para o sangue da mãe através da placenta a partir das 10 semanas de gravidez, para procura de marcadores cromossómicos e rastreio de síndromes genéticos (Síndrome de Down). É possível ainda detetar o cromossoma Y, cuja presença indicará que estamos perante um bebê do sexo masculino. Em Portugal, este exame é apenas realizado em casos específicos de maior risco. Como é um exame, não invasivo, sem qualquer risco para o bebê, tem uma precisão de 95-97%.
- BIÓPSIA DAS VILOSIDADES CORIÓNICAS (BVC): A biópsia das vilosidades coriónicas pode ser realizada a partir das 10 semanas e consiste na remoção de uma amostra do tecido da placenta. Apenas realizada nos casos de maior risco de alterações cromossómicas, pois é um exame invasivo com alguns riscos, entre os quais o aborto. No entanto, nestes casos em que o exame tem de ser obrigatoriamente realizado pode tirar-se proveito e proceder-se a uma determinação prévia do sexo do bebê. Por ser um exame extremamente invasivo, tem uma precisão de quase 100%.
- AMNIOCENTESE: Tal como a BVC, é um exame invasivo para pesquisa de problemas genéticos e alterações cromossómicas, através da retirada de uma amostra de líquido amniótico para obtenção de DNA fetal. A amniocentese e a BVC apresentam ainda a mesma precisão e riscos associados; no entanto a amniocentese só pode ser realizada a partir das 15 semanas de gestação.
- FERTILIZAÇÃO IN VITRO (FIV): No processo de FIV, é necessária a realização de um teste de pesquisa genética e cromossómica previamente à implantação. Este teste tem uma precisão de quase 100% na determinação do sexo do bebê; porém, se se proceder a colocação no útero de embriões de diferentes sexos, não é possível saber qual o que vai ser implantado eficazmente.
É possível descobrir o sexo do bebê em casa?
São ainda comercializados kits caseiros para análise da urina ou sangue em casa, a partir das 8 semanas de gestação. A mãe recolhe uma amostra que, depois, é alegadamente enviada para um laboratório para se proceder a análise do DNA. Embora estes métodos proclamem ser capazes de determinar o sexo do bebê com eficácia, não existe qualquer base científica que suporte este tipo de testes, sendo que não são aprovados pelas autoridades de saúde. A determinação do sexo do bebê deve, assim, ser sempre realizada em consulta médica especializada.
É possível saber o sexo através das crenças populares?
Existem diversas crenças populares, passadas de geração que creem saber prever o sexo do bebê: algumas pessoas acreditam que ter mais fome durante a gravidez, uma frequência cardíaca fetal mais baixa e o nariz a aumentar de tamanho traduzem-se num bebê do sexo masculino. Por sua vez, se a barriga for mais alta e redonda, ou se a mãe experiencia vómitos matinais frequentes, aumento de acne e perda de memória, estaremos perante um bebê do sexo feminino.
Estes “métodos” podem ser fonte de entusiasmo e divertimento para os pais, mas é importante reforçar que não vão além do mito, dado não existir qualquer evidência científica até ao momento que suporte estas crenças. Nestes casos, as chances de acertar no sexo do bebê são de 50/50, ou seja, têm uma precisão equivalente à da adivinhação.
Informações a reter
O exame de escolha, quer pela eficácia quer pela segurança, para determinar o sexo do bebê é a ecografia, sendo que os outros exames estão reservados apenas para casos específicos. Os pais podem recorrer aos mitos populares e aos testes caseiros como atividade de diversão e entusiasmo, mas nunca como método definitivo para determinação do sexo do bebê. Esta deve ser sempre efetuada em consulta médica especializada para uma vigilância adequada e uma gravidez sem complicações.